Pau-brasil ganha um novo nome científico

Um estudo que comparou sequências de DNA do pau-brasil com as de 200 outras plantas geneticamente próximas também provenientes dos trópicos revelou que a árvore brasileira representa uma distinta e única linhagem evolucionária, o que lhe conferiu o direito de ter um gênero próprio: Paubrasilia

 

A árvore-símbolo do Brasil, que foi a responsável pelo País ter o nome que tem, acaba de passar por uma reavaliação genética que lhe rendeu um novo nome científico.

Tronco cortado de pau-brasil mostra seu núcleo vermelho, que tanto interessou a indústria têxtil no século 16. Crédito: Haroldo Cavalcante de Lima

Um estudo que comparou sequências de DNA do pau-brasil com as de 200 outras plantas geneticamente próximas também provenientes dos trópicos revelou que a árvore brasileira representa uma distinta e única linhagem evolucionária, o que lhe conferiu o direito de ter um gênero próprio: Paubrasilia. Espécie: Paubrasilia echinata. Antes dessa diferenciação, o pau-brasil era considerado uma espécie do gênero Caesalpinia – o mesmo ao qual pertecem as 200 árvores analisadas.

A descrição do novo gênero foi publicada nesta semana na revista científica Phytokeys por um grupo internacional de pesquisadores coordenado por Edeline Gagnon, da Universidade de Montreal (Canadá), e que contou com os brasileiros Haroldo Cavalcante de Lima, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, e Luciano Paganucci de Queiroz, da Universidade Estadual de Feira de Santana.

No estudo, os autores relatam que eles mesmos testemunharam, durante coletas iniciais de amostras da árvore para a pesquisa, a ocorrência de corte ilegal do pau-brasil.

Os pesquisadores aproveitam a descoberta do novo gênero para chamar a atenção para o frágil estado de conservação não só da espécie, mas de toda a Mata Atlântica, seu bioma de origem, que foi todo intensamente desmatado nos primeiros séculos de colonização do Brasil. Hoje restam somente fragmentos da floresta, que juntos representam cerca de 8% da cobertura original.

Fonte Sustentabilidade: Estadão

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